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A águia
é o gênio... Da tormenta o pássaro,
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A alcova é
fria e pequena
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A pomba
d'aliança o vôo espraia
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A vez primeira que
eu fitei Teresa,
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Águia das
solidões!... Ninho atrevido
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Ai não
maldigas minha fronte pálida,
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Amigo! O campo
é o ninho do poeta...
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Boa-noite, Maria! Eu
vou-me embora.
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Branco cisne, que
vogavas
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Como no tanque de um
palácio mago,
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Como o gênio
da noite, que desata
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Como teu riso
dói... como na treva
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Como um perfume de
longínquas plagas
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É a hora das
epopéias,
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É
meia-noite... e rugindo
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É noite! as
sombras correm nebulosas.
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É preciso
partir! Já na calçada
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É tarde!
É muito tarde! O templo é negro...
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Era no Dous de
Julho. A pugna imensa
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Era o tempo em que
as ágeis andorinhas
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Era uma tarde
triste, mas límpida e suave...
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Erguendo o
cálixe, que o Xerez perfuma,
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Eu, que a pobreza de
meus pobres cantos
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Foi desgraça,
meu Deus!... Não!... Foi loucura
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Inês! nas
terras distantes,
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Minh'alma é
como a fronte sonhadora
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Na cordilheira
altíssima dos Andes
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Na torrente caudal
de seus cabelos negros
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«Não
recues! De mim não foi-se o espírito...
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Não sabes,
criança? 'Stou louco de amores...
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Nos tempos idos... O
alabastro, o mármore
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O
coração é o colibri dourado
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O perfume é o
invólucro invisível,
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O sol brilhante se
apagara: e os astros,
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Ó sono!
ó noivo pálido
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Oh! eu quero viver,
beber perfumes
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«Onde vais
estrangeiro! Por que deixas
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Ontem à
tarde, quando o sol morria,
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Partes, amigo, do
teu antro de águias,
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Pomba
d'esp'rança sobre um mar d'escolhos!
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Quando a
insônia, qual lívido vampiro,
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Quando à
noite -às horas mortas-
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Quando eu morrer...
não lancem meu cadáver
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Quando o vento da
Fé soprava Europa,
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Que noite fria! Na
deserta rua
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-Quem bate?
-«A noite é sombria!»
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Quem és tu,
quem és tu, vulto gracioso,
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Rebramam os
ventos... Da negra tormenta
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Resvala em fogo o
sol dos montes sobre a espalda,
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Sabes quem foi
Ahasverus?... -o precito,
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São duas
flores unidas,
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Se houvesse ainda
talismã bendito,
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Senhor! A noite
é brava... a praia é toda escolhos
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Senhora! A poesia
outrora era a Estrangeira,
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Talhado para as
grandezas,
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Tenho saudade das
cidades vastas,
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Teus olhos
são negros, negros,
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Um dia
Pigmalião -o estatuário
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Um dia, em que na
terra a sós vagava
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Uma noite, eu me
lembro... Ela dormia
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Vem! no teu peito
cálido e brilhante
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